quarta-feira, 31 de março de 2010

SUGESTÕES DE FILMES SOBRE DIVERSIDADE E CIDADANIA PARA ASSISTIR, REFLETIR E UTILIZAR EM SALA DE AULA !




1492 - A CONQUISTA DO PARAÍSO
A CORPORAÇÃO
A COR PÚRPURA
A COR DO PARAISO
A MENINA NO PAIS DAS MARAVILHAS
A PRIMERIA VISTA
A PRINCESA E O MOTORISTA
A SOMBRA DO PIANO
ADORÁVEL PROFESSOR
ALGUEM PARA DIVIDIR O SONHO
AMADEUS
APRENDIZ DE SONHADOR
AS CHAVES DA CASA
AUTISMO: O MUSICAL
BANG,BANG!VOCÊ MORREU
BARTOLOMEU LEONE
BENNY E JHON
BOLO DE NEVE
CÓDIGO PARA O INFERNO
DANÇANDO NO ESCURO - PRÊMIO FESTIVAL DE CANNES 2000
DUELO DE TITÃS
ELEFANTE
ENCONTRANDO FLORESTER
ESCRITORES DA LIBERTADE
EXPERIMENTANDO A VIDA
FILADÉLFIA
FILHA DA LUZ
FILHOS DO SILÊNCIO
FORREST GUMP, O CONTADOR DE HISTÓRIAS
GAROTO QUE PODIA VOAR
GATTACA - EXPERIÊNCIA GENÉTICA
HOMENS DE HONRA
IMAGENS DO PARAISO
JANELA DA ALMA
LARS E SUA AMADA
LOUCOS DE AMOR
MELHOR IMPOSSÍVEL
MENTES QUE BRILHAM
MENTES BRILHANTES
MENINAS MALVADAS
MEU FILHO MEU MUNDO
MEU NOME É RÁDIO
MEU NOME É TAYLOR
MEU PÉ ESQUERDO
MONK - UM DETETIVE DIFERENTE
MR. HOLLAND - ADORÁVEL PROFESSOR
NELL
NINGUÉM É PERFEITO
O BALÃO PRETO
O ENIGMA DAS CARTAS
O ENIGMA DE KASPAR HAUSER
O GAROTO SELVAGEM
O GÊNIO DO VIDEOGAME
O INOCENTE
O MILAGRE DE ANN SULLIVAN
O NOME DELA É SABINE
O OITAVO DIA
O OLEO DE LORENZO
O PEQUENO MILAGRE
OS SEGREDOS DE ADAM
PATCH ADAMS
PONTE PARA TERABÍTIA
PRISIONEIRO DO SILÊNCIO
QUERIDO FRANKIE
RAY MAN
REFRIGERATOR MOTHERS
RETRATOS DE FAMÍLIA
SEMPRE AMIGOS
SHINE - O BRILHANTE
SIMPLES COMO AMAR
TEMPO DE DESPERTAR
TEMPO DE ESPERA
TEMPO DE MATAR
TE PEGO LÁ FORA
TESTEMUNHA DO SILÊNCIO
UM AMIGO INESPERADO
UM CERTO OLHAR
UM SONHO QUASE PERFEITO
UMA FAMÍLIA ESPECIAL
UMA JANELA PARA O CÉU
UMA LIÇÃO DE AMOR
UMA MENTE BRILHANTE
UMA MISSÃO ESPECIAL
UMA VIAGEM INESPERADA



www.autismo-br.com.br/home/filmes.cgi

FÉ/EDUCAÇÃO/OTIMISMO E CORAGEM NAS ADVERSIDADES /DIVERSIDADE




Antonio Carlos Reche, 54 anos, Professor de Educação Física.
Tive uma infância muito sofrida, perdi meu pai quando tinha onze anos de idade, desse momento para frente tive que trabalhar, eu deixei muitas coisas boas da infância para assumir o papel de homem de casa.
Sempre estudei, mas tive que parar no ensino médio porque não tinha recurso nenhum para cursar uma faculdade. O importante é que não desisti e na primeira chance, mesmo sendo muito difícil na época, aos 24 anos comecei a cursar o ensino superior e quando terminei já encontrei trabalho como EDUCADOR. Esse diploma foi de muita valia em minha vida tenho plena convicção que sem ele não teria vencido tantos obstáculos por quais passei.
Sempre acumulei dois cargos de professor, um na fundação(FEM) e um no estado e, além disso, revendia carvão, pois constitui família e precisava mantê-la, mesmo minha esposa também sendo educadora, mãe,dona de casa...
Há alguns meses atrás fui surpreendido com um C.A(câncer) de intestino, no inicio foi um grande susto, porque sempre fui muito saudável, disposto, corajoso, nada me abatia e de repente uma doença perigosa dessa!
Mais uma vez o destino me testou como faz com todos, refleti muito nas minhas madrugadas sem dormir, em nenhum momento perdi a fé em Deus e em Jesus, o Cristo e me encorajei a enfrentá-la com destreza (sabia que minha caminhada seria difícil) e ajuda de muita gente querida, como minha família e meus amigos. Quando comecei a olhar pelo lado do enfrentamento percebi que minha mente se abriu e minha cabeça melhorou muito, não podemos deixar os problemas nos abater, o medo nos corromper, todo aquele quadro de medo me levou a fortaleza que estou nesse momento,claro que ficamos nervosos,muita vezes não depende da gente a solução do problema, mas à revolta não traz a saúde e nem nada de volta, somente o pensamento firme e boas atitudes nos tornam mais felizes mesmo nos momentos mais cruéis de nossas vidas.
A família e os verdadeiros amigos sempre me encorajaram com boas palavras, atitudes e demonstração de fé. Em todas as escolas que trabalhei os educadores fizeram orações e me apoiaram quando passei pelo processo cirúrgico.
O preconceito está muito em nossas cabeças quando nos tornamos deficiente por algum motivo, por isso mesmo contei a todos sobre minha doença (grave), não escondi de ninguém e isso me ajudou muito a ser forte durante o tratamento (quimioterapia) que não foi fácil, sofri muito fisicamente. Hoje praticamente restabelecido com a ajuda principalmente de Deus e meus familiares, sinto que sou outra pessoa, pois percebi que nesse mundo onde há tanta desigualdade social a ajuda ao próximo é essencial ao ser humano e a presença de DEUS e da fé nos faz mais resistentes e conscientes de que tudo irá melhorar, resumindo nunca tive tanta fé em DEUS como agora.
RECADO: Se eu não tivesse a formação acadêmica, não teria a segurança que tenho hoje, por essa razão acho que as pessoas devem se dedicar e enfrentar as dificuldades para conseguir uma formação digna, nunca é tarde para começar, pois o amanhã voltará para você conseguir a felicidade.
Sinto-me realizado por tudo que consegui sendo educador, tenho orgulho de minha pessoa, sempre trabalhei muito e isso é virtuoso, sem vícios e sempre pensando em minha esposa e em meus dois filhos que amo muito, tenho muita vontade de viver, nunca perco as esperanças de vencer todas essas batalhas que nos aparecem todos os dias. E você que está lendo meu depoimento, creia que se algo de ruim lhe acontecer é porque faz parte de sua evolução e DEUS estará sempre presente para te iluminar e te direcionar ao melhor caminho.MUITA FÉ, DETERMINAÇÃO E CORAGEM A TODOS!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Esporte, educação e inclusão social





Diversidade e inclusão na prática pedagógica

No exercício da prática docente, podemos perceber algumas dificuldades, por parte de muitas escolas e educadores, em entenderem os conceitos de diferença e desigualdade. Ao consultarmos o dicionário podemos perceber que diversidade significa variedade, multiplicidade, podendo inclusive ser entendida no âmbito das diferenças (FERREIRA, 2004). E é justamente das diferenças, da diversidade que pretendemos lidar.

Tomamos como exemplo o professor de Educação Física e seus alunos. Podemos dizer que jamais poderiam existir indivíduos idênticos, uma vez que cada ser humano, isto é, cada criança ou adolescente, possui características singulares que as fazem únicas, especiais. No entanto, por mais que reconheçamos que as diferenças são inerentes à condição humana, somos levados a admitir e a presenciar que muitas escolas e todos aqueles que formam o "sistema-escola" (professores, pedagogos e alunos) não vêm avançando no sentido de melhor lidar com a diversidade, tão rica e tão importante para o desenvolvimento do respeito, da convivialidade, da compreensão e da solidariedade (FLORENTINO, 2007a).

Na maioria das vezes o professor confunde diferença com desigualdade. E o não discernimento entre estes dois conceitos podem trazer conseqüências sérias as nossas crianças e jovens - dizemos isto porque a desigualdade é algo construído socialmente o que, de certo modo, acaba produzindo sentimentos de inferioridade. Dessa forma, o educador e a escola devem estar preparados para considerar as características próprias de seus alunos e que tais características não podem servir de condição para possível hierarquização dos indivíduos (FLORENTINO, 2007a).

Sendo assim, como poderíamos "semear" a inclusão em nossas escolas? De um modo geral, ao pensarmos em inclusão não basta criarmos vagas (ou para usar uma palavra que está em voga atualmente, não basta criarmos "cotas"), é preciso, sim, pensarmos em uma escola que atenda a todos de forma igual, com profissionais e professores aptos a trabalharem com a diferença, não havendo espaço para a criação e conservação de valores segregacionistas.

E qual seria o compromisso do professor de Educação Física? Podemos dizer que seu compromisso está na transmissão de valores morais e éticos por meio do esporte ou fazendo uso das palavras de Libâneo (s/d, p. 47), em seu livro O Essencial e a Didática e o Trabalho de Professor:

O sinal mais indicativo da responsabilidade profissional do professor é seu permanente empenho na instrução e educação dos seus alunos, dirigindo o ensino e as atividades de estudo de modo que estes dominem os conhecimentos básicos e as habilidades [...] tendo em vista equipá-los para enfrentar os desafios da vida prática no trabalho e nas lutas sociais pela democratização da sociedade.

Diante dos fatos, o professor, tendo consciência da ferramenta valiosa (esporte) que possui em suas mãos, deve aprofundar o desenvolvimento de atitudes afetivas e coletivas, fazendo com que seus alunos (não importando a raça, o credo, o gênero) reconheçam e respeitem sem discriminação, as características pessoais, físicas, sexuais e sociais do próximo. Em outros termos, uma prática educativa que negue as desigualdades que acabam inviabilizando o trabalho do professor com seus alunos.


O esporte como meio de sociabilização

Os motivos que levam crianças e adolescentes a praticarem uma determinada atividade física e desportiva são muitos e a sociabilidade pode estar associada a esta escolha. A necessidade de pertencer a um grupo é muito forte na adolescência e isto pode ser um dos fatores primordiais para os jovens se envolverem com o esporte. Segundo Weinberg e Gould (2001), as crianças apreciam o esporte devido às oportunidades que o mesmo proporciona de estar com os amigos e fazer novas amizades. Para Tubino (2005), não há menor dúvida de que as atividades físicas e principalmente esportivas constituem-se num dos melhores meios de convivência humana.

É por meio dessa convivência que as muitas oportunidades de contato social são proporcionadas à criança, contribuindo para o seu desenvolvimento moral (FARINATTI, 1995; FONSECA, 2000). Portanto, estar com amigos, fazer parte de um grupo ou fazer novas amizades, tem um papel importante no desenvolvimento, tanto psicológico quanto moral e ético de crianças e jovens.

A amizade, a sociabilidade e a competência constituem normas que regulam a aceitação social e, constituem fatores para o desenvolvimento de competências fundamentais para que a criança e o adolescente possam ser oportunizados a um bom crescimento e adaptação à vida adulta. Segundo Papalia e Olds (2000), os motivos dos adolescentes parecem estar associados à melhora da saúde e à performance física, característicos da fase de busca de uma identidade e de uma afirmação nos grupos.

Em estudo realizado por Paim e Pereira (2004) com adolescentes de 11 a 18 anos de idade, participantes de clubes escolares de capoeira em escolas públicas de Santa Maria/RS verificou-se, através da análise de três categorias (competência desportiva, saúde e amizade/lazer) os motivos para a prática deste esporte. Para os autores, os motivos relacionam-se, primeiramente, à saúde; em segundo lugar, amizade/lazer e, em terceiro lugar, à competência desportiva. Em outro estudo, realizado por Juchem (2006) com tenistas brasileiros infanto-juvenis, constatou que na categoria "até 16 anos", a dimensão sociabilidade obteve valores significativos para que estes praticassem atividade física regular.

É preciso que professores e/ou treinadores tenham uma atenção especial a esta dimensão, pois é possível perceber, por meio de resultados de pesquisas, que o fato de estar com amigos, de fazer novas amizades, de participar de novos grupos sociais, pode ser associado a um dos motivos que levam os jovens à prática regular de atividade física e, também, pela busca de novos valores, tais como: o exercício da disciplina; agir seguindo regras, ter respeito e ética; ser responsável (SALDANHA, 2007).

A respeito do que foi dito, Bento (2004, p. 49) afirma que os valores do jogo não são apenas ensinados para terem "valimento no esporte, mas sim e essencialmente para vigorarem na vida, para lhe traçarem rumos, alargarem os horizontes e acrescentarem metas e meios de alcançá-las". Em outras palavras, podemos dizer que tais valores tomam a direção da concretização dos princípios que devem reger a educação de nossas crianças e jovens.

Segundo Juchem (2006), proporcionar a estas crianças e adolescentes um ambiente (escolar ou "clubístico") em que os contatos e os valores afetivos e sociais sejam oportunizados é de suma importância, podendo assim auxiliar na diminuição da pressão por resultados e pela competição exacerbada.

http://www.efdeportes.com/efd112/esporte-educacao-e-inclusao-social.htm

terça-feira, 23 de março de 2010

Até onde vai a capacidade de cada um...


Paraolimpíadas de Inverno Vancouver 2010

Cerimônia de abertura


A cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos de Inverno ocorreu na sexta-feira, 12 de março. Mais de 4 mil voluntários, incluindo dançarinos, cantores, acrobatas, atletas e músicos participaram da festa. Os mais de mil atletas e dirigentes de mais de 40 países desfilaram diante do público, com suas respectivas bandeiras.Num total de 506 atletas de 44 países participaram dos Jogos da X Paraolimpíada de Inverno. Esta foi a segunda edição das Paraolimpíadas no Canadá. Os primeiros Jogos Paraolímpicos no país foram realizados nas Paraolimpíadas de Verão de 1976 em Toronto.

Esportes dos Jogos Paraolímpicos de Inverno - Vancouver 2010
Cinco esportes estiveram no programa dos Jogos Paraolímpicos de Inverno de 2010. Veja abaixo quais os esportes que os atletas paraolímpicos disputaram nas Paraolimpíadas de Inverno de 2010:

• Biatlo
• Esqui Alpino
• Esqui Cross-country
• Curling em cadeira de rodas
• Hóquei sobre o trenó

Países Participantes dos Jogos Paraolímpicos de Inverno - Vancouver 2010
44 países participaram dos Jogos Paraolímpicos de Inverno de 2010.

África do Sul | Alemanha | Andorra | Austrália | Argentina | Armênia | Áustria | Bélgica | Bielorrússia | Bósnia e Herzegovina | Bulgária | Canadá | Cazaquistão | Chile | China | Coreia do Sul | Croácia | Dinamarca | Eslováquia | Eslovênia | Estados Unidos | Espanha | Finlândia | França | Grã-Bretanha | Grécia | Hungria | Irã | Islândia | Itália | Japão | México | Mongólia | Noruega | Nova Zelândia | Países Baixos (Holanda) | Polônia | República Tcheca | Romênia | Rússia | Sérvia | Suécia | Suíça | Ucrânia




Curling em Cadeira de Rodas no Brasil


Uma equipe de observadores do Comitê Paraolímpico Brasileiro está em Vancouver para acompanhar as provas de curling em cadeira de rodas. A idéia é trazer o esporte para o Brasil, que tem se destacado nas Paraolimpíadas de Verão, mas não tem representantes nos Jogos de Inverno. O objetivo é formar uma primeira equipe para disputar as Paraolimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia, em 2014. O curling em cadeira de rodas foi o esporte escolhido porque não depende de neve (coisa rara no Brasil). É disputado em uma pista de gelo artificial.

Ficha de Sumi - Mascote dos Jogos Paraolímpicos de Inverno - Vancouver 2010




Sumi - um espírito de guardião animal com as asas de um pássaro mitológico e pés de um urso preto. Sami usa um chapéu de uma baleia da orca. Sumi vive nas montanhas do Colúmbia Britânica. Esta é a mascote dos Jogos Paraolímpicos de 2010

A Inclusão do Portador de Necessidades Especiais em Âmbito Social e Escolar


::. A Inclusão do Portador de Necessidades Especiais em Âmbito Social e Escolar

Ana Maria C. C. do Prado
Vera Lucia Marostega

Este trabalho aborda o tema inclusão do portador de necessidades como um dos novos paradigmas da educação brasileira, legalmente amparado pela Lei nº 9394/96, o qual delega à família, à escola e à sociedade o compromisso para a efetivação de uma proposta de escola para todos.

A história revela para a humanidade o caminho da exclusão social e humana do homem. Se, no passado, o indivíduo com algum comprometimento era banido da sociedade através da morte, hoje, este tipo de eliminação não é mais praticado, porém uma exclusão sutil acontece através das instituições, como cadeias, asilos e tantas outras que foram criadas com este objetivo: segregar o "diferente" da sociedade. Marques in MANTOAN (1997, p.20) diz "enquanto a pessoa está adequada às normas, no anonimato, ela é socialmente aceita. Basta, no entanto, que ela cometa qualquer infração ou adquira qualquer traço de anormalidade para que seja denunciada como desviante".

"A década de 60, por exemplo, testemunhou o boom de instituições especializadas, tais como: escolas especiais, centros de habilitação, centros de reabilitação, oficinas protegidas de trabalho, clube sociais especiais, associações desportivas especiais" SASSAKI (1997, p. 31), criadas concebendo a idéia de proteger o diferente e, após, reintegrá?lo ao convívio social. Na realidade, estavam considerando muito mais a questão social do que seu desenvolvimento como um todo.

O próprio termo reintegração já traz implícito a idéia da desintegração. "Só é possível reintegrar alguém que foi desintegrado do contexto social e está sendo novamente integrado" Marques in MANTOAN (1997, p.20).

A pessoa portadora de alguma deficiência convive socialmente com sua família, porém este convívio não se estende na escola, no clube, na igreja e nas outras áreas da sociedade porque é colocada como um ser diferente. Mader in MANTOAN (1997, p.45) aponta como causa os seguintes conceitos básicos

- pessoas portadores de deficiência não correspondem às expectativa, são anormais, diferentes (estigmatização);

- pessoas portadores de deficiência não são muito capazes, são pouco produtiva ("apêndice inúteis da sociedade"), (Fernandes, 1995);

- pessoas portadores de deficiência são estigmatizadas, o estigma cria preconceitos que, por si, gera medo, e o medo provoca ignorância e afastamento;

- pessoas portadores de deficiência não se encaixam nos valores da sociedade.

Com essas idéias, buscou-se a educação individual do P.N.E. como forma de aproximação com os seres normais, a fim de desenvolver sua normalidade para melhor integrá-lo através de sua aprendizagem. "A idéia inicial foi, então, a de normalizar estilo ou padrões de vida, mas isto foi confundido com a noção de "tornar normais as pessoas deficientes" SASSAKI (1997, p.32).

Foram pelas lutas pelos direitos das pessoas portadoras de deficiência, na década de 80, que a prática da integração social se torna mais presente. Porém, foram os novos conhecimentos avançados na comunidade científica, que perceberam a integração insuficiente para o contexto, considerando que esta população não participava de maneira plena e igual aos demais.

Considerando que a diferença é inerente ao ser humano, e reconhecendo a diversidade como algo natural, em que cada ser pode usar de seus direitos coletivos na sociedade, um novo conceito surge, denominado Inclusão. " Este é o termo que se encontrou para definir uma sociedade que considera todos os seus membros como cidadãos legítimos" Mader in MANTOAN (1997, p 47).

"Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade"SASSAKI (1997, p. 41). Assim, a pessoa com necessidades especiais deve encontrar, na sociedade, caminho propício para o seu desenvolvimento através de sua educação e qualificação para o trabalho. Estando ele já inserido no processo, a sociedade se adapta as suas limitações. Em relação a esta questão SASSAKI (1997, p.42) diz

A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambiente fisicos (espaços interno e externo, equipamentos, aparelho e utensílio, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto do próprio portador de necessidades especiais.

O capítulo V - da Educação Especial, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ? lança, tanto para a escola como para toda sociedade, um desafio muito grande no que se refere à Inclusão. Falamos em sociedade, pois a escola está inserida em um contexto social o qual se modifica com o desenvolvimento de sua gente, de sua tecnologia, de sua ciência, envolvidos em uma estrutura globalizada.

A escola, como uma instituição mediadora na construção do conhecimento, tendo como objetivo levar cultura para um número cada vez maior de pessoas, leva para si uma gama de responsabilidade muito grande. "É através da escola que a sociedade adquire, fundamenta e modifica conceitos de participação, colaboração e adaptação. Embora outras instituições como família ou igreja tenha papel muito importante, é da escola a maior parcela" Mello in MANTOAN (1997, p.13).

Nosso desafio como profissionais da educação será o de trabalhar por uma escola inclusiva, com qualidade de ensino, pois sabe-se da importância da educação básica. A educação básica é a mola mestra do desenvolvimento econômico e social de um país. É claro que ela não está só neste desafio. Necessitamos de uma justiça que funcione, de uma saúde que abrigue a todos e de uma política comprometida com o cidadão. "Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem a inclusão, mais cedo se completará a construção de uma verdadeira sociedade para todos ? a sociedade inclusivista" SASSAKI (1997, p.42).

Porém, a escola com seus profissionais deve assumir este compromisso, acreditando que as mudanças são possíveis desde que haja uma transformação nos atuais moldes do ensino, sendo "a escola uma das instituições (senão a principal) responsável pela construção desta sociedade, atendendo a todos indiscriminadamente" THOMA (1998, p.50).

"Acreditamos, que ao incluir o aluno com deficiência mental na escola regular, estamos exigindo desta instituição novos posicionamentos diante dos processos de ensino e de aprendizagem, à luz de concepções e práticas pedagógicas mais evoluídas" MANTOAN (1997, p.120).

O Estatuto da Criança e do Adolescente recomenda, em seu Art. 15 "A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como seres humanos em processo de desenvolvimento... " E continua, no Art. 53 "A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa... assegurando-se-lhes igualdade de condições para o acesso e permanência na escola..."


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96, em seu Capítulo V Da Educação Especial, diz que: Art. 58." Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais".

Considerando o aspecto legal inserido na lei, e o científico em que de acordo com Vygotsky apud CARNEIRO (1991, p.101) "o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial a seu desenvolvimento", estas exigências requererem da escola uma nova estrutura, um novo conceito em relação à formação do futuro cidadão e uma visão renovada de seus conceitos e pré-conceitos com relação ao diferente.

"A questão da integração representa um movimento de inovação do sistema de ensino que, em princípio, já deveria existir, abrangendo as diferenças existente mesmo entre os não deficientes" CARNEIRO(1997, p.33).

Agora, pensamos sobre a Inclusão refletindo sobre o seguinte:

*0 que imaginamos, ao ver um ser que não se assemelha com os demais em sua aparência fisica, ou destoa dos demais por ser agitado, apresentar comportamento inadequado para as situações, ter problemas na fala ou até mesmo fala com as mãos?

*como reconhecer que este ser poderá construir algum conhecimento, sendo respeitado as suas diferenças?

*como se relacionar com uma pessoa tão diferente em sua aparência, mas tão igual na sua essência de humano?

A questão está no eu em relação ao outro. O problema não é ele, mas, sim, a idéia que formulamos, a partir de nossos conceitos que são estabelecidos num dado momento sócio-histórico cultural, em que esses interferem em nossos pensamentos e ações com relação ao "diferente".

Porém, refletir o direito que assiste a todo ser humano, decidir qual a melhor maneira de viver e de conviver com o outro, sem que para isso se tenha que ser igual ao outro, é direito e deveria ser respeitado por todos sem exceção.


Mas por que temos que ser iguais? Não sabemos. Talvez porque ficaria mais fácil ou acessível conviver com o igual, não me incomodaria e não haveria necessidade de me auto-reconhecer perante a diversidade."Na verdade, o que o homem vê e teme é a sua própria fragilidade perante a vida, a sua própria finitude. O conflito originado do confronto do que ele é com o que ele pode vir a ser provoca no homem toda repulsa em relação à diferença" Marques in MANTOAN (1997, p. 19).

Reconhecer as diferenças é essencial no caminho da integração e, principalmente, da inclusão, onde se espera que o professor não faça da turma uma homogeneidade, trabalhando como se todos tivessem a mesma capacidade na sua construção do conhecimento.

Oferecer um ambiente favorável à inclusão, não é só ter conhecimento das mais variadas diversidades, o que é possível ser trabalhado, ou o que a criança já possui de conhecimento, como também e principalmente, respeitar suas limitações, reconhecendo suas diferenças e ressaltando suas potencialidades. CARNEIRO (1997, p.33) cita que"os portadores de deficiência precisam ser considerados, a partir de suas potencialidades de aprendizagem. Sobre esse aspecto é facilmente compreensível que a escola não tenha de consertar o defeito, valorizado as habilidade que o deficiente não possui, mas ao contrário, trabalhar sua potencialidade, com vistas em seu desenvolvimento".

A escola traz consigo toda uma bagagem de cultura e de saberes que atendiam às necessidades de uma determinada época e clientela. Se antes o excepcional era eliminado da sociedade, hoje ele tem seu direito adquirido por uma lei, a qual o coloca como um ser igual às outras crianças, vivendo como as outras e recebendo dentro de um estabelecimento de ensino sua formação educacional. Para isso, há de (re)pensar com muita cautela sobre a estrutura escolar, nossa avaliação, nossa interação com as famílias e os conhecimentos adquiridos pelos professores para atender a este aluno.

As inovações que ocorrerão daqui para frente diz respeito à escola, ao aluno especial, à família, ao professor e a todas as pessoas que fazem parte deste processo. Por isso, muito já se discutiu e muito há o que discutir, pois a sociedade, de certa forma, custa a perceber as mudanças que estão ocorrendo e a processá-las em sua prática social.

Tudo é uma caminhada, tudo é uma construção que é elaborada em cima de estudos e pesquisas que através de um conhecimento mais amplo e aprofundado, traçam o caminho da sensibilidade. É na formação diferenciada do profissional da educação, que hoje se faz necessário, que irá acontecer a inclusão do P.N.E.. Um dos fatores principais dessa formação está relacionado à capacidade de o professor reconhecer e proporcionar o desenvolvimento das potencialidades do P.N.E..

Por vezes, não se aposta na Inclusão, por ser ela algo que ainda não aconteceu, os professores terão que inovar sua própria prática, seu próprio conceito, e isso mexe com muitas estruturas que já estão de certa forma enraizadas. Conforme MANTOAN (1997, p.44)"as grandes inovações estão, muitas vezes, na concretização do óbvio, do simples, do que é possível fazer, mas que precisa ser desvelado, para que possa ser compreendido por todos e aceito sem outras resistências, senão aquelas que dão brilho e vigor ao debate das novidades".

Quando se fala "todos", fala?se do aluno portador de necessidades educativas especiais e o aluno sem necessidades educativas especiais. Entretanto deve?se ter a clareza desses termos, onde "necessidades especiais" não deve ser tomado como sinônimo de "deficiência" (mentais, auditivas, visuais, fisica ou múltiplas)."

As inovações que ocorrerão daqui para frente diz respeito à escola, ao aluno especial, à família, ao professor e a todas as pessoas que fazem parte deste processo. Por isso, muito já se discutiu e muito há o que discutir, pois a sociedade, de certa forma, custa a perceber as mudanças que estão ocorrendo e a processá-las em sua prática social.

Apostar nessas inovações será o caminho mais seguro para a efetivação da escola inclusiva. Quando professores das mais variadas diversidades (re)descobrirem o valor de ensinar através da troca, reconhecendo seus alunos como seres capazes de realizações, interagindo com as famílias na busca por soluções de seus problemas familiares, os quais interferem diretamente na sala de aula, procurando apoio em todos os setores da escola na realização de tarefas conjuntas e garantindo a participação dos alunos nas decisões de sala de aula, estaremos construindo não apenas a escola que irá atender ao portador de necessidades educativas especiais, mas a escola que atenderá a todos, ou seja, a escola inclusiva.
"...é de suma importância ressaltar as vantagens que a integração representa, tanto para os portadores de deficiência quanto para aqueles alunos considerados normais, pelas necessárias modificações do sistema de ensino no sentido de sua mobilização" CARNEIRO (1997, p.34).

SASSAKI (1997, p. 14). A maioria das necessidades especiais é o resultado de condições atípicas, tais como: Deficiência mental, fisica, auditiva, visual e múlptipla; autismo (Gauderer, 1993); dificuldades de aprendizagem; insuficiência orgânicas; superdotação (Taylor et al, 1990; Machado et al., 1989); problemas de conduta; distúrbio de déficit de atenção com hiperatividade; distúrbio obsessivo compulsivo, síndrome de Tourette (Santos, 1994; Sassaki, 1995); distúrbio emocionais; transtorno mentais (MIND, p. 4?9) SASSAKI (1997, p.16).

Porém, a realidade de nosso país e de outros tatos dão conta de uma exclusão que se agrava cada vez mais em detrimento de uma política social inexistente. A falta de emprego, por exemplo, poderá levar ao rompimento da estrutura familiar, apresentado em seu meio vários problemas de: alcoolismo, drogas, prostituição infantil, trabalho infantil e escravo, a falta de alimentação adequada ao crescimento da criança e a falta total de conhecimento dos pais em estimular seus filhos, oferecendo um ambiente favorável e sadio na busca por uma escola com qualidade de ensino. Com relação a isso SKLIAR (1999, p.26-27) diz que

No recente informe da UNICEF, chamado de Educação para Todos (1999), se pode ler, entre os dados mais relevantes, que: mil milhões de pessoas entrarão no século XXI

A história revela as fases de exclusão onde a sociedade a transformou em atendimento segregado para a integração e, hoje, em inclusão. Porém, essas fases não se processaram sempre ao mesmo tempo, e nem com todos. Sobre isso SASSAKI (1997, p.17) diz que "o movimento de inclusão começou incipientemente na segunda metade dos anos 80 nos países mais desenvolvidos, tomou impulso na década de 90 também em países em desenvolvimento e vai se desenvolver fortemente nos primeiros 10 anos do século 21 envolvendo todos os países".

A inclusão é um movimento com apenas um interesse: construir uma sociedade para todos. Mesmo sendo muito recente o movimento sobre inclusão, o conhecimento das diferenças que se apresentam em cada criança que será incluída torna?se fundamental neste processo. RABELO (1999, p.20) cita que "hoje, o grande desafio é a elaboração de uma política educacional voltada para o estabelecimento de uma escola realmente inclusiva, acessível a todos, independentemente das diferenças que apresentam, dando?lhes as mesmas possibilidades de realização humana e social".

sem os conhecimentos necessários para ler um livro ou para assinar seu próprio nome; 855 milhões de pessoas serão analfabetas nas vésperas do novo milênio; 130 milhões de crianças em idade escolar crescem sem poder receber educação básica; um professor em Bangladesh tem que atender a 67 alunos, enquanto que a relação professor/aluno na Guiné Equatorial aumenta para 909.
É óbvio que, nessas circunstâncias, falar de escola para todos significa uma brutal ironia ou, no melhor dos casos, uma metáfora ofensiva por parte de muitos governos e muitos governantes.
Diante dessas circunstâncias, qual seria o papel da escola e, especificamente, do professor para evitar a exclusão? É tarefa da escola resolver estes problemas que poderiam ser as causas da exclusão de um aluno? Se é papel do professor, qual é a formação que este deve receber para enfrentar todas estas diversidades que se remetem às necessidades especiais?

Este desafio passa também pela compreensão de todos aqueles que entendem a educação como um direito de todos. Não basta incluir o P.N.E. no ambiente escolar; é necessário trabalhar em conjunto com toda sociedade com o desejo de oferecer uma educação capaz de transformar sua realidade, construindo uma sociedade onde caibam todos.

Sobre esta sociedade, ASSMANN (1998, p.222) diz o seguinte "qual é o fato maior na atual conjuntura mundial, intensificado em nossa realidade brasileira? Certamente é o império estarrecedor da lógica da exclusão e a crescente insensibilidade diante dela". De certo modo estamos anestesiados diante de tantas formas de exclusão que se apresentam em nossas vidas, sejam elas de cunho religioso, éticos, sociais, econômicos ou educacionais que por vezes sua definição se esvazia. Segundo ASSMANN (1998, p.213) "a expressão lógica da exclusão surgiu num encontro de filósofos latino-americanos e europeus, na Alemanha em 1989, cuja intenção de seus participantes era mostrar que as instituições criadas pelo ocidente com a ideologia da inclusão social, na verdade eram excludentes: a democracia, por exemplo, ao ser reduzida a emissão do voto; ou a economia de mercado que prega um discurso includente (para todos), mas irreal".

É a própria história que se encarrega de nos revelar as matanças em nome da religião ou em nome das guerras éticas que marcarão para sempre a crueldade e os horrores cometidos durante o holocausto. Isso demonstra com muita clareza o que o ser humano é capaz de fazer com seu semelhante.

Com relação à educação do surdo, deve?se ter a clareza de que "integração escolar e integração social não podem ser tidas como sinônimo, pois ir a escola com os demais não significa ser como os demais. Uma efetiva integração escolar depende de como cada escola aceita e trabalha com as diferenças. Para o surdo poder estar, efetivamente, incluído na classe com os ouvinte, ele necessitar dominar a língua oral o que só pode ocorrer após seu desenvolvimento em língua de sinais" THOMA (1998, p.46). Esse aspecto da aquisição do conhecimento do surdo é extremamente importante, pois, na escola inclusiva, se o professor e os colegas não dominarem a língua de sinais, o surdo fica fora dos debates, das decisões e da integração com os colegas nos momentos de brincadeira que fazem parte do aprender.

Em detrimento da falta de uma comunicação efetiva torna?se difícil a inclusão; poderá acontecer a integração social, mas não a efetiva inclusão do surdo no meio ouvinte. Por esse motivo é que SKLIAR (1999, p.27) diz que "é possível intuir como a prática e o discurso da inclusão se transformam, para as crianças surdas, em uma experiência sistemática de exclusão ou, melhor dito, de inclusão excludente".

Segundo o pensamento de Vygotsky apud RABELO(1999, p.20)"uma criança portadora de um defeito não é simplesmente uma criança menos desenvolvida que as demais, apenas se desenvolve de forma diferente". A criança em sua essência é a mesma, precisa do outro para se socializar e crescer como pessoa e ser humano. Construir seu conhecimento através de sua interação com os demais fará do P.N.E. um ser capaz como os outros, não da mesma forma, mas com suas limitações, seus desejos, suas frustrações, seus sonhos e sua vontade de ser respeitado como gente que pensa, sofre, ama, sorri, se decepciona e que busca o que todo ser humano deseja, ou seja, ser feliz e aceito por todos.

O objetivo é comum: o de construir um conhecimento capaz de transformar uma realidade, operando mudanças de forma efetiva considerando as diferenças e as individualidades.
FREIRE (1982, p.101) nos diz

eu agora diria a nós, como educadores e educadoras: ai daqueles e daquelas, entre nós, que pararem com a sua capacidade de sonhar, de inventar a sua coragem de denunciar e de anunciar. Ai daqueles e daquelas que, em lugar de visitar de vez enquando o amanhã, o futuro, pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e com o agora, ai daqueles que em lugar desta viagem constante ao amanhã, se atrelem a um passado de exploração e de rotina.

Temos dois caminhos a seguir: ou saímos da rotina como sugere FREIRE e buscamos inovar a prática pedagógica diante da inclusão, ou ficamos discutindo que a mesma não é viável, jogando a culpa no sistema de ensino, nos ombros do governo, na família e em todos os setores da sociedade. Que garantias temos de que a Inclusão terá sucesso? Ou quando estas mudanças ocorrerão na prática? Essas respostas só serão respondidas quando passarmos dos discursos e dos debates para a prática em toda sua plenitude.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSMANN, Hugo. A corporeidade como instância radical de critérios pedagógicos e ético-políticos; Cidadania: crítica à lógica da exclusão. In:Metáforas novas para reencantar a educação. São Paulo: Ed. da UNIMEP, 1998.

BRASÍLIA. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394 de 20 de Dezembro de 1996.

CARNEIRO, Rogéria. Sobre a Integração de Alunos Portadores de Deficiência no Ensino Regular. Revista Integração. Secretaria de Educação Especial do MEC, 1997.

FREIRE, Paulo. Educação: o sonho possível. In: BRANDÃO, Carlos (org.). O Educador: vida e morte. Rio de Janeiro: Graal, 1982.

LEI FEDERAL 8069/1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Ed. Palloti, Santa Maria, 1996.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon. Editora SENAC, 1997.

RABELO, Annete Scotti. Adaptação Curricular na Inclusão. Revista Integração. Secretaria de Educação Especial do MEC-ano 9, n1 21, 1999.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1991.

SKLIAR, Carlos. A Invenção e a Exclusão da Alteridade “Deficiente” a Partir dos Significados da Normalidade. Revista Educação & Realidade, v. 24, n. 2. Porto Alegre: FACED/ UFRGS, jul/dez 1999, p. 16-31.

THOMA, Adriana da Silva. Os Surdos na Escola Regular: Inclusão ou Exclusão?. Reflexão e Ação. Vol.6, n.2, jul/dez. Santa Cruz do Sul: Editora da UNISC, 2000. href="http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/ainclusaodoportador.htm">

segunda-feira, 22 de março de 2010

Superação: significa luta, uma batalha a ser vencida!

Veja abaixo a imagem em: www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/setembro/d...

Nelson Hiroshi Hosati,55 anos, médico veterinário.
Tive uma infância pobre, porém feliz com o que possuíamos, não diria que passei necessidade, tudo era condizente com a época principalmente a dificuldade em locomoção devido à distância até o centro urbano. Cursava o segundo ano de licenciatura em Matemática na UNESP-São José do Rio Preto,quando no dia 15 de janeiro de 1982,numa sexta-feira à tarde, final de expediente, em uma propriedade rural, município de Nova Aliança-SP, durante o período da colheita de sementes, uma desatenção e pronto, perdi uma das pernas.
As mudanças ocorreram de forma natural, à aceitação foi um pouco difícil, porém tranqüila. Não desisti após essa adversidade em minha vida,sempre tive o apoio incondicional da minha namorada(até hoje),sempre presente em minhas horas de dúvida,me apoiando e me levantando quando havia necessidade,agradeço a Deus e a minha, hoje QUERIDA ESPOSA “PITUCA”( Te amo).
No início eu me perturbava um pouco quando percebia que de alguma forma que era o centro das atenções. Não me sinto excluído, ou que o fato de ser portador de necessidades sofra preconceitos por parte de sociedade. Ao contrário ,me sinto bastante motivado para oferecer auxilio ás pessoas que necessitam, desde o ano em que ocorreu o acidente, tive a oportunidade de levar conforto, confiança a várias pessoas que precisaram de algum tipo de apoio, e em todas as oportunidades eu pude presenciar, a volta do sorriso, a alegria, e a volta ao convívio na sociedade.
Voltei a estudar, a trabalhar com a mesma máquina até o final da safra, e outras safras vieram. Depois trabalhei na industria metalúrgica no setor de vendas durante 10 anos. Após 13 anos, em 1995 comecei a cursar medicina veterinária na UNIRP – São José do Rio Preto, concluindo o curso em 2000, sempre fui muito aplicado, levava o curso com muita seriedade, os trabalhos, as pesquisas etc.
A família é de suma importância na superação de alguém que passe por esse tipo de situação, incluo na família, os verdadeiros amigos que não me abandonaram, seja para uma orientação, ou simplesmente “jogar conversa fora”. A torcida era bem dividida, de um lado havia pessoas dispostas a “fazer uma vaquinha” para garantir minha sobrevivência e eu via tudo isso de forma muito engraçada, pois dificilmente iria aceitar, sempre soube que havia perdido uma perna ,mas não a força de vencer e minhas outras capacidades vitais, por outro lado haviam pessoas que acreditavam em mim, quando diziam que essa fase ruim iria passar e a esperança de novos rumos surgiriam porque éramos fortes e tínhamos uma missão a cumprir.
A vida é uma eterna superação!
Significa luta!
Todo dia é uma batalha a ser vencida!
Como costumo dizer diariamente: “Obrigado SENHOR por mais esse dia”

terça-feira, 16 de março de 2010

Ta escrito: Guerreiro não foge da luta,não pode correr,ninguém pode atrasar quem nasceu para vencer...

Tá escrito
Grupo:Revelação

Quem cultiva a semente do amor
Segue em frente não se apavora
Se na vida encontrar dissabor
Vai saber esperar sua hora

As vezes a felicidade demora a chegar
Aí é que a gente não pode deixar de sonhar
Guerreiro não foge da luta, não pode correr
Ninguém vai poder atrasar quem nasceu pra vencer

É dia de sol mas o tempo pode fechar
A chuva só vem quando tem que molhar
Na vida é preciso aprender, se colhe tem que plantar
É Deus quem aponta a estrela que tem que brilhar

Ergue essa cabeça, mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar

segunda-feira, 15 de março de 2010

Práticas educativas para lidar com a diversidade sexual é um experimento promissor!


Veja a imagem acima em: www.appsindicato.org.br/.../noticia.aspx?id=3350

“Um corpo estranho na sala de aula”
Quando menos se espera, aparece alguém com atitudes que destoam da maioria. Um aluno ou aluna age e se expressa de forma que provoca mal-estar no grupo, antes aparentemente homogêneo, e, diante da estupefação geral, eis que surge um corpo estranho na sala de aula. Um corpo porque o que lhe confere distinção é algo físico e visível. Esse estudante desafia normas pressupostas e as coloca em discussão.
- Por que as práticas sexuais que não têm como fim o casamento e a reprodução devem permanecer nas sombras e no silêncio ?
- Porque a sexualidade deve seguir um modelo único?
Tais questões não podem ser ignoradas, a sociedade cria padrões de masculinidade e feminilidade que não são produtos da biologia, vistos claramente na própria escola que já chegou a separar meninos de meninas, contribuindo para fabricar sujeitos diferentes. É possível ainda ver essa construção das diferenças em algumas atividades escolares, nas aulas de educação física,etc. infelizmente por meio delas também à desigualdade entre gêneros.
A crença na naturalidade dos atributos socialmente criados permite que se constituam os gêneros de forma mais poderosa, pois quando se expõe que a sociedade e a ESCOLA fabricam homens e mulheres, fica difícil justificar as desigualdades entre eles. As diferenças de gênero são necessárias para a contestação, por exemplo, das desigualdades a que são submetidas até hoje as mulheres em nossa sociedade (Bourdieu 1999).
O silêncio, a marginalização, o ocultamento das sexualidades alternativas é ignorado pela escola, sendo intencional e ativa, na verdade, o que se estabelece no espaço escolar é algo mais complexo e violento do que pode parecer à primeira vista.
Por isso nós, educadores devemos estudar e buscar novas práticas educativas comprometidas com a diversidade sexual. Afinal, a diferença não precisa ser uma marca,uma categoria, um estigma, mas algo que nos faça repensar modelos que nos aprisiona em um binarismo de gênero que não se sustenta.
Sugestões de práticas educativas comprometidas com a diversidade sexual:
 A escola deve educar respeitando particularidades e de forma a contribuir para uma sociedade mais justa, não rejeitando tudo que se diferencia da maioria;
 O silêncio deve ser quebrado sobre as diferenças contribuindo para que as pessoas não ignorem seus sentimentos e nem neguem seus desejos;
 Estimular os alunos a compreenderem a si próprios e se identificarem com determinadas práticas sexuais, evitando que eles lidem primeiramente com a rejeição e a violenta classificação como pertencentes a uma categoria socialmente estigmatizada;
 As diferentes formas de afetividade não devem ser menosprezadas, devem ser tratadas como dignas e aceitáveis;
 O educador deve abordar questões de sexualidade com base em situações do dia-a-dia na sala de aula, em assuntos em pauta na mídia ou em discussões provocadas pela exibição de um filme ou pela leitura de um romance, de um texto ou de uma reportagem. As discussões devem se dar de forma aberta, ainda que jamais obrigatória;
 Tomar cuidado com opiniões machistas e homofóbicas sempre as direcionando para o papel do ser humano na sociedade, pois o cuidado com a linguagem caminha junto com o reconhecimento e o respeito à diversidade;
 Ser cauteloso com o uso de adjetivos que valorizam ou desqualificam um estudante e suas preferências;
 O ideal é evitar designar interlocutores como redutíveis a essas categorias, pois as pessoas são muito mais do que suas práticas sexuais e merecem ser tratadas como seres complexos e irredutíveis a um atributo que pode ser compreendido por outros de forma pejorativa;
 A melhor forma de se referir a uma prática sexual é não caracterizá-la, insinuações sobre o interesse sexuais dos estudantes não cabe ao educador;
 Não cabe ao educador interferir em relações afetivas e muito menos permitir que preferências individuais seja motivo de controle da turma;
 O educador deve se manifestar adequadamente, restabelecendo o respeito com relação ao insultado, isso contribuirá para que, em vez da emergência de um corpo estranho na sala de aula, todos deparem com uma forma diversa de agir e pensar;
A única atitude mais cabível é aproveitar toda oportunidade que surge em sala de aula para falar sobre sexualidade, gênero e práticas sexuais ,tendo como compromisso o reconhecimento da diversidade e o respeito a ela. Informando-se sobre questões de comportamento como a sexualidade sempre numa perspectiva histórica e contextualizada socialmente, com o compromisso de assumir a construção de uma sociedade mais igualitária e justa.
Bibliografia:
Afirmando diferenças: Montando um quebra-cabeças da diversidade na escola/Anete Abramowicz,Valter Roberto Silvério(orgs).- Campinas,SP: Papirus,2005. - (Coleção Papirus Educação)

domingo, 14 de março de 2010

Sou mais feliz assim...


Sou Paulo Eduardo Fanelli, mas sou conhecido como Paulete, tenho 36 anos.
A minha infância foi muito sofrida, com sete anos via meu pai bater muito na minha mãe, ele
era alcoólatra, meu irmão ficava muito revoltado, mas nós não podíamos fazer nada, que ele quebrava tudo
dentro de casa. Passamos fome, aos 10 anos nós nos mudamos para um sitio, fui trabalhar na roça das sete até 17 horas na enxada, por este motivo, tive que sai da escola na quarta - serie. Anos depois voltamos para a cidade, então fiz o supletivo, quinta e sexta-série juntos. Pelo fato de não ter completado os estudos, tudo fica mais difícil por isso pretendo retomar o que a vida me dificultou. Tenho esperança em dias melhores.
Antes de me assumir como homossexual, achava que era uma doença, tinha medo de que meus pais me colocassem para fora de casa.
Sofri muito preconceito quando contei minha orientação sexual, perdi muitos amigos e continuo sofrendo preconceito onde quer que eu esteja,a sociedade as vezes é cruel, mas não ligo sigo em frente,de cabeça erguida porque sou digno,honesto ,bom de coração,estas virtudes são mais importantes do que meus desejos sexuais, estou mais feliz assim.
Tenho um trabalho que me distrai muito, quando saio de lá, vou ver meus amigos, vou para casa ajudar minha mãe cuidar de meu pai e mais tarde vou auxiliar o Jonas (que deu o depoimento abaixo). Quando disse que era gay para minha família foi muito difícil, somente minha mãe me apoio, me deu força e carinho, meu pai e meu irmão ignoraram e não tocam no assunto até hoje. Isso foi com 17 anos, uma barra! Sofro muito, meu irmão não aceita! O que me mobilizou participar da história da vida do Jonas foi as adversidades que aconteceram com ele, pois perdeu seu pai e daí um mês sofreu um acidente que o deixou tetraplégico, sabendo de seu sofrimento e de sua mãe foi ai, que eu me coloquei a disposição para ajudá-los no tratamento, na recuperação desse que hoje é meu amigo e por este fato continuo até agora. Penso que para sermos completos nessa vida tão difícil, cheia de revezes devemos ser solidários uns aos outros, não importando sua condição.
“Não Importa Sua Orientação Sexual, o Importante é Ser Feliz”

Travestis e transexuais são os mais afetados pelo preconceito na escola

Travestis e transexuais são os mais afetados pelo preconceito na escola
Da Agência Brasil
Em uma sala de aula da 1ª série do ensino fundamental, uma professora pergunta a seus alunos o que eles vão ser quando crescer. Um diz que será médico, outra conta que pretende ser professora. Mas um dos estudantes de 7 anos responde sem titubear: "Quero ser mulher". A declaração chocou a escola, por isso, o menino e seus irmãos tiveram que procurar outro lugar para estudar. Foi assim que a transexual Beth Fernandes, 40 anos, hoje "mulher de fato e de direito", como ela mesmo define, foi vítima da homofobia pela primeira vez.
Travestis e transexuais são as maiores vítimas da homofobia dentro da escola. Educadores, psicólogos e entidades consultados pela Agência Brasil são unânimes ao afirmar que esse público é o mais afetado. Para fugir da discriminação, muitas vezes a saída é abandonar os estudos. "É raríssimo encontrar um travesti no ensino médio", afirma o educador Beto de Jesus, representante na América Latina da Ilga (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo).
Beth Fernandes hoje é psicóloga e mora em Goiânia. Há dois anos ela fez cirurgia de mudança de sexo e conseguiu trocar seu nome na carteira de identidade. Diferentemente do que ocorre na maioria dos casos, com muito esforço, Beth fugiu das ruas e da prostituição. "Elas abandonam a escola, depois a família as expulsa de casa e elas vão para rua. Lá são vítimas da exploração sexual, da cafetinagem e depois dificilmente conseguem se inserir no mercado de trabalho. Cerca de 17% das travestis de Goiânia são analfabetas", ressalta.

De acordo com a coordenadora de Direitos Humanos do MEC (Ministério da Educação), a pasta tem uma demanda muito grande por parte de travestis porque "elas não ficam na escola". "Aos 9 anos começa a aflorar a questão da sexualidade, elas começam a ser maltratadas e a exploração sexual é quase uma trajetória", acrescenta.

Beth conta que foi difícil superar o preconceito e muitas vezes pensou em desistir de estudar. "Várias amigas abandonaram a faculdade porque a professora insistia em chamá-las pelo nome masculino, mesmo que pedissem o contrário. É uma barbaridade cruel, um erro de percepção eu olhar para uma pessoa que se configura como mulher e chamá-la de João o tempo todo", diz. Em Goiás, uma lei do Conselho Estadual de Educação obriga a inclusão do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares.

Mas, com informação e orientação, a vida dessas pessoas dentro da escola pode ser diferente. Marina Reidel, de 38 anos, é travesti e dá aulas na rede pública estadual em Porto Alegre (RS). Ela leciona para estudantes de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e nunca teve problema com alunos ou pais. "Nossa escola tem um perfil diferente porque nós já trabalhamos em parceria com uma ONG em cursos de capacitação de professores para a diversidade sexual", explica.

Em 2006, Marina decidiu fazer a cirurgia para colocar prótese de silicone nos seios. A direção ficou receosa com a possível repercussão da mudança. Mas, no período do afastamento, o professor substituto trabalhou em sala com os alunos a questão da diversidade sexual e explicou o motivo da cirurgia de Marina. Ao retomar as atividades, Marina respondeu a perguntas dos alunos curiosos, mas não enfrentou nenhum tipo discriminação.

"Dentro da disciplina chamada de ética e cidadania, que substitui o ensino religioso, os alunos são incentivados a desenvolver projetos e pensar a questão do preconceito. Tenho certeza de que esses jovens vão sair da escola com uma cabeça diferente, não vão espancar travesti na rua como acontece por aí", diz.

Para Beth Fernandes, a inserção de travestis e transexuais dentro do ambiente escolar pode transformar a visão que a sociedade tem dessa população marginalizada. "É o cotidiano que vai fazer a escola mudar e inserir essas pessoas. A partir do momento em que travestis são tratados como sujeitos de direitos, eles vão continuar em sala de aula. Há um progresso importante nesse processo porque as pessoas podem parar de enxergar aquela pessoa como o sujeito marginalizado, que vive na rua."

Amanda Cieglinski

Fonte: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/07/24/ult105u8415.jhtm

quarta-feira, 10 de março de 2010

"Lutar sempre,desistir nunca" - Não me sinto diferente de ninguém por ser cadeirante.


Meu nome é Jonas Henrique Pereira e tenho 19 anos.
Tive uma infância simples, mas sem passar necessidades e era muito feliz;
No dia 31 de agosto de 2008, sofri um acidente automobilístico e fiquei TETRAPLÉGICO. Eu ao contrario de tantas pessoas que sofrem um acidente e ficam cadeirante, desde o princípio
aceitei minhas condições atuais, lutei e luto até hoje para melhorar cada dia mais. No início os médicos me disseram, que do pescoço pra baixo eu não teria mais movimento, hoje, com muita luta e fisioterapia, consegui recuperar os movimentos dos braços e a sensibilidade de
algumas partes do corpo.
Tive e tenho até hoje ajuda de muitas pessoas, a principal delas foi o do Paulo mais conhecido como Paulete, que me deu muito apoio e força, ele praticamente abandonou a sua vida para cuidar de mim e com ele, estou aprendendo a superar e a conviver com as diferenças e com o preconceito. Ao contrario de meus “amigos” que no início me deram o maior apoio, mas hoje nem ligam pra saber se estou vivo.
De imediato sentia muito preconceito por parte da sociedade, mas hoje muitas pessoas já estão aprendendo a conviver com as diferenças, e não me sinto diferente dos outros, simplesmente pelo fato de estar em uma cadeira de rodas, pois me motivo a superar os desafios com a vontade de recuperar meus movimentos. Tenho esperanças de dias melhores já que tudo melhorou muito depois dessa adversidade, não vou desistir jamais de mim.
Minha família deu e dá muito apoio na minha recuperação. Terminei o ensino médio
outro fator importante e fundamental na minha vida e no meu tratamento, pois com os ensinamentos posso procurar tratamentos e até possíveis curas.
Uma frase que eu gosto muito e tem a ver comigo e com muitas pessoas deficientes é:
" Lutar Sempre, Desistir Nunca "

segunda-feira, 8 de março de 2010



DIFERENÇA SIM, DESIGUALDADE NÃO


Wolmir Amado*
No Dia Internacional da Mulher, pessoas e instituições fazem às mulheres justas homenagens. Entretanto, seria também oportuno perguntar e ouvir das próprias mulheres qual a homenagem que, de fato, elas reconhecem como profunda, válida, necessária e duradoura. Bom seria se a delicadeza das flores presenteadas fosse acompanhada de justiça, ternura, respeito e solidariedade. Entretanto, ainda estamos longe de tal consciência, postura e atitude.
A diferença entre mulheres e homens ainda é marcada por doída desigualdade e violência. Há uma violência escancarada, grosseira e prevalecente, visível nos espancamentos que machucam fisicamente. Há outra violência, bem mais sutil, da qual nenhum de nós, homens, estamos imunes ou isentos. É simbólica, espiritual, social, cultural, política, econômica, religiosa e "científica". Desta violência, com a ajuda das próprias mulheres, precisamos nos libertar.
Ninguém tenha medo de somar-se às lutas libertárias das mulheres. A libertação da mulher é libertação do homem também. Libertamo-nos da míope misogenia, dos estereótipos que também nos fazem sofrer, dos costumes que nos enquadram em exigências que impedem plenas realização e felicidade.
Com alegria, vejo, compreendo e apoio, na Universidade Católica de Goiás, o Programa da Mulher. Somos uma das poucas universidades no País que assumem institucionalmente, de modo articulado e permanente - não de modo isolado, ou por iniciativas apenas de algumas heróicas pessoas -, o estudo, a pesquisa, a ação comunitária, o projeto educativo também sob a ótica de gênero.
É sinal de sabedoria discernir os autênticos "sinais dos tempos", em tempos cheios de sinais. A consciência de cidadania das mulheres é um dos maiores acontecimentos do século 20, que adentra ao século 21. Trata-se de um fenômeno que atinge e abrange todas as culturas. Essa consciência deu origem ao feminismo, movimento que conseguiu tornar as mulheres socioculturalmente visíveis em seus países e em âmbito mundial, nas grandes assembléias internacionais.
Quando a Organização das Nações Unidas realizou, em 1979, a Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação, foi dado importante passo histórico: o reconhecimento internacional de que há discriminação em relação às mulheres em todas as nações.
Também as conferências do Cairo (1994) e Beijing (1995) possibilitaram maior visibilidade aos problemas das mulheres e comprometeram Estados e nações a buscar caminhos e alternativas para a superação da discriminação das mulheres. Esse movimento global em torno da construção da cidadania das mulheres, matizado por muitos aspectos, tendências e perspectivas, dentre os muitos esforços propositivos, formula a crítica ao androcentrismo das sociedades patriarcais que, tradicionalmente, tratam as mulheres como seres subalternos em relação aos varões.
O androcentrismo coloca o sexo masculino como determinante da organização social, como referência primeira da cultura, como imperativo biológico dominante. Os varões situam-se no centro exclusivo da cultura. Entretanto, um novo projeto civilizatório vai sendo construído, sob a exigência de não tornar a diferença equivalente a desigualdade. Essa máxima vale tanto aos homens quanto às mulheres.
Também incorreríamos em desvios e novas patologias futuras caso caminhássemos para uma sociedade que fosse ginocêntrica, colocando as mulheres no centro das decisões, da cultura, da sociedade, desprezando metade da população (masculina). Pois bem, esta é a situação das sociedades androcêntricas e patriarcais. Há um alijamento na participação, na presença e nos direitos da metade da população que é feminina.
É exatamente na denúncia dessa injustiça que o feminismo se constitui historicamente como movimento político, visando à crítica e à superação da vileza cometida, coletivamente, contra as mulheres. Mas o feminismo, como movimento, quer também propor a aliança entre homens e mulheres, em busca de maior eqüidade.
Cremos que é pela cooperação de mulheres e homens, numa ética da solidariedade e do cuidado mútuos, que se construirão relações inclusivas e igualitárias. Esta ética postula as bases para a construção de relações de gênero mais justas capazes de gestar nova civilização, onde caibam todas e todos.
________________________________________
*Wolmir Amado é reitor da Universidade Católica de Goiás
Copyright © 2003 UCG - Universidade Católica de Goiás - Brasil

Disponível em: http://www2.ucg.br/flash/artigos/0403mulher.html. Acesso em 08/03/2010.

MULHER - Todas juntas em uma só,todos os dias!


hitnarede.com/.../diainternacionaldamulher.jpg
Maria, Maria
Milton Nascimento
Composição: Milton Nascimento e Fernando Brant
Maria, Maria
É um dom, certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que ri
Quando deve chorar
E não vive, apenas agüenta
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Diferente mas não desigual,faz a diferença!


Sou Dinamarca, tenho 40 anos, superior completo.
Sou afro-descendente, minha história se difere da de milhares de brasileiros.Talvez porque sou o diferente na diferença, pois não sou desigual. Tive uma infância de muita fartura,pois meu pai era administrador de uma fazenda e minha mãe trabalhava com artesanato,nós tínhamos tudo de bom.Nessa fazenda moravam mais de 30 famílias e na época somente eu ,minha irmã e meu irmão estudamos.
Não percebia preconceito na escola, era aceita por meus colegas, só que estava sempre bem vestida, asseada, tinha bons materiais,boa conduta e me destoava da classe, pela fácil aprendizagem.
Até hoje não percebo preconceito em relação a mim, porque além do que já relatei , sempre me dediquei muito aos estudos,me formei,constitui família, sou professora de geografia e atualmente estou na função de vice-diretora. Tenho plena convicção que minha condição socioeconômica predominou em relação a cor de minha pele,mas nunca humilhei e nem desmereci ninguém,quem faz isso de uma forma geral é a sociedade.Sei que é bem diferente em relação a quem é de uma classe menos favorecida e sua cor de pele é como a minha,isso só demonstra a hipocrisia e a discriminação da sociedade.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Coragem na diversidade!

Pena alternativa - inclusão digna na sociedade


Sou Francis, 25 anos, terminei o ensino médio.
Na opinião de muitas pessoas, os ex-presidiários são o grupo que as pessoas menos gostariam de encontrar ou ver. Com o objetivo de mensurar o preconceito contra detentos identifiquei também durante o tempo que estive privado de liberdade a intolerância por razões de dependência química e condição socioeconômica (desigualdade social).
O preconceito contra presidiários aparece de maneira espontânea no próprio sistema carcerário que por motivo de segurança coloca a nós e nossos familiares em situações vexatórias e humilhantes, talvez um dos fatos que mais me marcou durante esses dois anos foi o que minha mãe e meu pai se sujeitavam quando iam me visitar, mas compreendo que era por motivo de segurança. Muitas pessoas têm repulsas a quem já esteve sob pena e reclusão. “Depois de cumprir pena em presídios, dificilmente a pessoa consegue entrar no mercado de trabalho o ex-detento vai ao cartório para retirar a certidão de antecedentes criminais e, ao apresentar o documento para o empregador, é rejeitado para o trabalho”, tenho amigos nessa situação. E o que muitas vezes vi acontecer foi que sem oportunidade no mercado de trabalho, o ex-presidiário perde opções de subsistência e enxerga no crime uma das poucas alternativas para continuar se mantendo. O preconceito da sociedade contra as pessoas que cometeram delitos acaba estimulando a criminalidade e na carceragem existem muitas cabeças boas e ruins como aqui fora na sociedade. No meu caso estou muito feliz e me considero privilegiado, porque no dia seguinte que obtive minha liberdade, onde fui inocentado por falta de fatos e provas, ao ligar para o meu ex-patrão, ele me readmitiu na mesma hora, me registrou e se emocionou ao falar comigo, aliás, todos se emocionam e eu também , parece a história da Fênix, a ave que ressurgiu das cinzas. Penso que em todos os sistemas carcerários deveríamos receber estudo e qualificação enquanto cumprimos pena (Pena alternativa). Ao sair, teríamos chances maiores no mercado de trabalho, pois a educação é o melhor caminho para quem busca a aceitação, o recomeço e uma inclusão digna na sociedade. Sofri muito durante esses dois anos e minha família também, mas todos os dias eu pedia:
- Deus me de mais uma chance, só mais uma!
E ele me concedeu!Estou confiante na minha superação e sei que depende de mim, dar um novo rumo a minha história, que já foi boa, porque sou cheio de virtudes e valores, as pessoas de minha cidade gostam de mim e errar é humano, por isso vou me redimir e buscar a minha permanência na liberdade de ser, de pensar, de agir, de sentir ,de me expressar e de ser bom para a sociedade no qual estou inserido.Para quem ler meu depoimento deixo meu abraço e minha frase: “Sempre em frente (enfrente), não temos tempo a perder, nosso suor sagrado é bem mais forte que esse sangue amargo...” Renato Russo

Obesidade é sinônimo de incapacidade profissional?


Sou Paulo, Professor de educação física.
Tive uma infância confusa, pai doente, comecei a trabalhar bem cedo e sofri preconceito por pertencer a uma classe social menos favorecida. Curti as coisas boas da infância com muita intensidade,nunca me esqueço do presente que mais marcou essa época,uma bola de plástico para jogar futebol,que era tudo para mim.Ainda sofro muito preconceito porque estou obeso e muitos acham que por ser educador físico a obesidade me deixa incompetente.Relaxei muito com minha aparência depois que engordei(baixa auto-estima)eu mesmo tenho preconceito também.Outro fato marcante é que muitos se afastam de mim porque sou fumante e o cheiro do tabaco os incomoda,estou buscando qualidade de vida nas atividades esportivas e ajuda profissional para parar de fumar.A educação é quase tudo em minha vida,pois através do meu trabalho tento melhorar a sociedade em que vivo para que seja mais justa,humana , que valoriza as virtudes das pessoas e transformo alunos em campeões!
Minha consciência está tranqüila,respeito o próximo procurando ser justo e profissionalmente dando oportunidades que não tive aos meus alunos para que se sobressaiam no seu esporte freferido.
Deixo um recado: Adoro lutar por causas impossíveis

terça-feira, 2 de março de 2010

Diversidade isto dá Rock !


Sou Velani, professor de Educação física, tenho 45 anos.
Desde a pré-adolescência ouço música rock, que me fez mergulhar nessa cultura cada vez mais em busca de meus sons e musicalidade. Obsorvi essa cultura tão intensamente que meu modo de ser,pensar e vestir estão dentro dessa cultura,como cabelos compridos,barba,piercing,tatoos,etc.Me comporto,visto e uso meu corpo dentro dessa filosofia nas relações sociais.Não ligo muito para o que as pessoas pensam de mim, desde que não me afete pessoalmente.Creio que chamo atenção de alguma forma,mas meu comportamento e carisma mostra meus valores e sou aceito onde pertenço.A escola foi muito importante em minha vida porque me oportunizou a relacionar-me com pessoas mais cultas,onde o preconceito não deveria ter muita expressão e acima de tudo conclui faculdade e tenho uma profissão digna.Digo sempre aos meus companheiros de jornada,não desista de seus sonhos,seja persistente e corajoso,porque só assim mudaremos os conceitos sociais de ignorância e preconceito da sociedade que vivemos!

Diferente, desigual expressando potencialidade!


Sou Clarice Firmino Rodrigues,33 anos.
Minha familia é de origem humilde,meus pais tiveram pouco estudo e trabalhavam na lavoura para sustentar os nove filhos.
Apesar de pouco estudo,meus pais sempre valorizaram a questão da educação e nos incentivaram muito a estudar.Para nos manter na escola, foi necessário muita luta, pois não era fácil comprar livros,uniforme,etc. para nove filhos,mas ainda assim eles não deixaram de dar a oportunidade de estudar a nenhum de nós.
O fato de ser afro-descendente e de origem humilde pesava muito nos momentos de convivência social,porque sempre moramos em uma cidade pequena,onde as pessoas eram "medidas" pelo que possuiam e não pelo que de fato eram.
Entretanto,com muto esforço e dedicação consegui passar no vestibular, e por ter me classificado entre os dez primeiros candidatos do meu curso,ganhei bolsa de estudos, o que possibilitou que eu pudesse concluir o curso de Letras.
Hoje sou professora da rede estadual de ensino e apesar das dificuldades, amo o que faço e me considero uma pessoa realizada. Por isto,faço questão de contar aos meus alunos sobre minhas origens e as dificuldades que tive de enfrentar para chegar onde estou, e acredito que meu exemplo, sirva como incentivo para que eles também tenham coragem para lutar por seus objetivos.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Depoimento - Bullying


Tenho 39 anos, sou professora e quando criança sofri muito com o bullying no contexto escolar. Durante quatro anos consecutivos. Alguns colegas de sala eram agressivos e negativos, executando repetidamente maus tratos e humilhações causando um desequilíbrio de poder entre mim e eles. Fui uma menina de classe baixa que sofria com a combinação entre a intimidação e a humilhação dos coleguinhas da classe da pré-escola em diante. Em outras palavras, eles abusavam de mim psicologicamente e socialmente. Tenho medo, raiva, vergonha e sensação de incapacidade diante daquelas crianças que eram gigantes a meu ver.
Pois me intimidavam regularmente e persistentemente atingindo minha integridade, as agressões eram psicológicas, ocasionadas principalmente pelo uso negativo de chacotas e expressões pejorativas.
Na época eu tinha somente um calçado caramelo e eles cantavam a
todo momento, principalmente nos recreios e saídas da escola: ”Sapato cor de bosta, sapato cor de bosta...”, meu sofrimento e humilhação eram tamanhos que ia embora para casa todo dia chorando. Não tenho boas recordações dessa época de escola,pois além da música que para quem não” sentiu na pele”,é motivo de risos,era espírita,onde todos eram católicos e tinha um cabelo arredondado que me apelidaram de “Aritana”,enfim exclusão total da turma. Este não foi um caso isolado, acontecem milhares no mundo a toda hora e os adultos sempre dizem: Não liga que eles param!É a maneira mais medíocre de reforçar os agressores. Fui vítima durante três anos, isso há 33 anos e não me esqueço do semblante de maldade dos meus agressores e nem da tristeza
depressão, ansiedade, estresse, perda de auto-estima, problemas de relacionamento, e medo de tudo. Só quem vive esse tipo de violência é que sabe o quanto dói e como é difícil a libertação.Depois de um tempo fui para outra escola, onde fui acolhida,respeitada e com um dos melhores índices de rendimento que antes era baixo.Me tornei professora,busco a superação estudando como educar na diversidade,lutando contra qualquer tipo de violência e discriminação.Tive grandes resultados nas escolas com meus alunos e o segredo é não se calar!

Todos em uma só direção!